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terça-feira, maio 27, 2008

primeira parte

Repensando Le Corbusier, parte 1. O seminário não começou muito bem. A sala era grande e fria, de má acústica e péssimo controle de luz (para ver as projecções). As instalações do Museu da Electricidade são sempre encantadoras mas talvez não para isto. Do mal o menos: o sol esteve tímido e não impossibilitou totalmente a visualização das imagens.
Em traços largos as apresentações a que assisti foram desde o constrangedor, ao interessante, passando pelo não aquece nem arrefece. Beatriz Colomina foi o espectável, apesar da má acústica não ajudar ao inglês eternamente com sotaque de terras de Espanha. Uma dica da organização a dizer-lhe que poderia (deveria?) apresentar em castelhano talvez tivesse ajudado a um maior seguimento da relação de Le Corbusier com a E.1027 (1926-29), a casa de Eileen Gray, no Sul de França. Este tema não é novidade no percurso de investigação dela, mas de cada vez que conta acrescenta um ponto e a isso é sempre interessante assistir.
Stanislaus von Moos abordou a suposta natural característica museológica da obra de Le Corbusier. A coisa perdeu-se ali perto do final, ao puxar à baila alguma arquitectura mais recente que saía completamente do fio da conversa. Talvez esperasse maior consistência e fascínio.
A parte constrangedora foi logo no horário nobre de abertura. Ana Tostões deve ter sentido a pressão de existirem especialistas na sala e foi, de um modo tenso, fazendo uma revisão pouco criativa à bibliografia básica sobre Le Corbusier. Soltou-se mais quando abordou o tema que lhe é habitual mas não serviu para justificar a presença.
João Luís Carrilho da Graça assumiu que era um conferencista diferente, que tinha sido convidado uma semana antes e que ia discorrer sobre as influências de Le Corbusier na sua obra. Assim foi. Sem variações de temperatura.
Tive de fugir um bocado depois das cinco e como tudo estava atrasado não consegui ouvir a apresentação de José António Bandeirinha (assim como o tal Portuguese Module). Ficam por acrescentar alguns detalhes relativos à organização e programação do acontecimento... talvez amanhã.

(A E.1027, depois de anos de abandono e deterioração, encontra-se, desde 2007, a ser recuperada. Ver mais aqui)

1 comentário:

bichinha disse...

adorei a descrição, quero mais!