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terça-feira, maio 22, 2007

[t*] apontamentos

Quer nos identifiquemos quer não, uma coisa é certa: o acontecimento arquitectónico do ano está a uma semana de começar. Com um investimento a que não estamos habituados no meio da arquitectura nacional vamos assistir a 2 meses de compulsivo acontecer da arquitectura. Por isto, justifico o olhar tanto atento quanto crítico que já disse pensar ser importante dispensarmos à trienal. Os pontos de abordagem são muitos. Alguns interessam-me especialmente neste contexto. O tema arquitectura como valor social e/ou valor de marketing é um deles. Não me alongarei. Acho mais acertado aproveitar o fôlego de toda a actividade que realize por enquanto, para fixar algumas ideias mais arrumadas no pós-evento. Fica o apontamento... Hoje era noticiado em conferência de imprensa que as inscrições para a estrela da trienal, a conferência internacional, estavam esgotadas. O valor do acesso à dita conferência era efectivamente elevado. Não travou, de qualquer modo, a corrida aos 800 lugares disponíveis. O que move quem se mexeu a tempo de conseguir lugar? Sede de conhecimento? Vontade de se sintonizar com o mundo civilizado? Lutar contra a reafirmada pasmaceira arquitectónica nacional? Entrincheirar-se na elite arquitectónica nacional? Sentir-se pertença de uma locomotiva salvadora? Faltava aqui uma avaliação sociológica para ver o que nos move a nós, trabalhadores precários e mal pagos da arquitectura, no sentido do brilho prometido por uma ida a uma simulação do centro do mundo... [alguém sabe se as ciências sociais foram convidadas?]
Num outro lado da moeda, aos microfones da TSF, Francisco Silva Dias falava da arquitectura pequenina. Falava de uma qualquer memória, de um qualquer edifício lisboeta, de uma movimentação qualquer que se fazia para resgatar qualquer coisa de um eventual qualquer esquecimento... [alguém sabe se as estrelas arquitectónicas pensam na arquitectura pequenina?]
Qual é a distância entre as muitas arquitecturas da arquitectura? A que devemos nós chamar arquitectura afinal? Caberá assim tanta coisa num mesmo nome?

2 comentários:

bichinha disse...

locomotiva salvadora, muito bom!, hehehehe

patsp disse...

confesso que deve ser influência da aula sobre a arte e arquitectura na URSS da pós-revolução de outubro que andava a preparar! contaminações de linguagem!!