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sexta-feira, fevereiro 09, 2007

os sins do meu sim

Depois de uma ausência longa (a vida obriga!), venho deixar de modo mais claro alguns dos sins do meu sim. Noutras intervenções já tinha aberto as portas para os porquês (por exemplo, aqui e aqui) mas, em fecho de campanha e depois de ter lido, visto e ouvido muita coisa, tento chegar aos meus motivos.
1. Não sou pró-aborto, ninguém o é. Sou pró-vida sem obscurantismo, sou pró-escolha e pró-respeito pelas mulheres;
2. Acredito na capacidade das mulheres decidirem. Se considera a sociedade que, naturalmente (?), estamos preparadas para aceitar a responsabilidade da maternidade então, parece-me, devem considerar fortemente a possibilidade de sermos capazes de decidirmos sem leviandade sobre o caminho a tomar face a uma gravidez não desejada;
3. Acolhida numa estrutura legal, informativa e de apoio multidisciplinar a mulher decide com menos dor física e psíquica, definitivamente com menos sequelas. Quem sabe se apoiada e esclarecida, sem os medos implícitos à silenciar da angústia, a mulher não decide pela via da aceitação da gravidez?
4. A educação para uma sexualidade saudável e responsável não está implantada. O planeamento familiar funciona mal e escassamente. Os métodos contraceptivos são falíveis. A passagem da mensagem sobre uso sistemático e correcto dos contraceptivos tem sido muito falível. E, afinal, sexualidade não é igual a reprodução.
5. Porque não quero que as nossas filhas, amigas, primas, namoradas, mulheres, mães passem pela mesma situação de ilegalidade que eu passei um dia.

Espero que o SIM ganhe. Espero que uma maioria sinta que o assunto lhe diz respeito porque, realmente, diz respeito a todos. Espero que libertem as mulheres portuguesas da potencial culpa criminosa que neste momento todas transportam: correrem o risco de engravidar e não quererem.
Porque ser mãe querendo-o é único, indescritível e merece ser saboreado.

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