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sábado, novembro 11, 2006

interrupção voluntária da gravidez

Vai sendo tempo de o país, através de uma gigante migalha, se afastar um bom bocado do seu carácter medievalista. Já sabemos que a lista de comportamentos que nos deixam muito tristes é extensa. A verdade é que a lista parece aumentar a cada dia. Fala-se de modernizar e eu só vejo, na maioria das vezes, puro afundar social. Mas volto ao que me trouxe hoje aqui. Quero afirmar que o “era uma casa muito engraçada... (eu, claro!) está inquestionavelmente pelo SIM quando lhe seja perguntado se: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”.
Porquê? Porque é do meu corpo que se trata e não acho que faça sentido que a obsessiva moral vigente mais uma vez tenha força superior à minha vontade de indivíduo. Porque é estupidez afirmar que há quem o faça por desporto. Qualquer mulher que tenha feito ou conhecido uma amiga que tenha passado por isso (e somos todas essas mulheres) sabe da inevitável dor da opção. Porque temos direito a que a sociedade a que pertencemos nos proteja. Da violência de género em geral, do dedo acusador e das sequelas de uma interrupção voluntária da gravidez em especial.
Tenha pena que os senhores sérios do PS não tenham tido ovários para aceitar a discussão/votação da lei na Assembleia. Agora ainda temos que passar mais por isto. Mas como sempre, mulheres e homens que sabem da importância do direito ao controle do seu próprio corpo, não se ficarão pelo silêncio. A agir vamos.

2 comentários:

Anónimo disse...

o pior vai ser assistir às alarvidades da campanha, ao paulo portas etc indignado com o desprezo pela vida humana. ai que nervos... beijos, sofia

patsp disse...

Parece que já vimos esse filme bera, não é? E não há pior que um filme bera requentado... por isso é que eu acho tudo isto uma violência.