...................................................................................................................................................................

.
.

quinta-feira, novembro 16, 2006

do quotidiano

Este senhor – o quotidiano – tem-me andado a sacanear. Ou como gosto de dizer: tem-me andado a filhaputar. A triturante lista de obrigações doméstico-académicas não me deixa respirar (só mesmo estes 5 minutinhos e mesmo assim roubados ao sono).
Temos/tenho andado a discutir os estigmas que um corpo acarreta. Ontem, depois de uma longa conversa com a P. (por terras de cá por uns dias), fiquei a pensar que realmente nascer com pilinha é garante de uma quantidade de dores de cabeça a menos. Se alguma vez a um homem lhe causaria insónias o facto de ter de dizer ao seu orientador de pós-doutoramento que estava grávido. Ou facilitando e trazendo o tema para o universo da verosimilhança: ter de dizer que a companheira estava grávida... claro que não. Eu sei que uns quantos me dizem que já não é assim tão diferente ou duro para as mulheres. Ai, ai, se as comédias românticas se colocassem em prática quando queremos: Puff! Varinha mágica e és (a tua) mulher por 1 mês! E a ver iam... porque aquilo de que falo é de alguma coisa entranhada nos gestos, nas prioridades, nos discursos... Tão entranhado que já deixou de ser identificável, passou a normalidade quotidiana.
A cegueira dos dias.

Sem comentários: