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quinta-feira, maio 31, 2007

[t*] moderar ou não moderar, eis a questão...

Não é possível alongar-me em análises mais exaustivas sobre o primeiro dia da Conferência Internacional. Não me apetece, de qualquer modo, deixar passar o início destes dois meses de actividade da trienal sem referir, apontamento, algo que me fixou a atenção hoje.
Hoje aconteceram as 1.ª e 2.ª sessões da referida conferência. Não me alongo nos temas nem nos conferencistas. Não porque não haja que dizer mas porque não são temas que se encaixem neste pequeno apontamento.
O tema desta posta, como indica o título, são os moderadores. Muitas coisas separaram os dois primeiros painéis a que assistimos. O primeiro painel, sob o tema Redefinindo o centro, foi supostamente moderado por Luís Fernández-Galiano. O segundo painel, sobre Realidade e cenografia, teve a moderação à responsabilidade de Paulo Martins Barata. Do primeiro não tivemos nem introdução séria ao tema nem aos conferencistas. No final, juntando os três oradores que formaram o grupo, esperava-se o tricô tanto das conversas individuais tidas, como da conversa colectiva esperada. Nada de trabalho de casa foi feito: nem de antemão, nem ao ouvir os convidados.
O segundo, Paulo Martins Barata, soube marcar diferença em relação a alguém que dirige as revistas AV/Arquitectura Viva. O trabalho de casa tinha sido feito. O tema que organizava esta sessão foi apresentado, assim como os oradores. Motivos pessoais obrigaram-me a fugir quando Mark Wigley proferiu a última palavra, ou seja, não sei como terá sido o fecho da sessão mas se foi, pelo menos, à altura da introdução, foi dignificante dos convidados, dos pagantes assistentes, da arquitectura.
Como em tudo, uns trabalham e outros são preguiçosos. Nem falo em exigências de brilhantismo, só falo do respeito por quem está presente e que tem um mínimo de expectativas.

quarta-feira, maio 30, 2007

[t*] arquitectura e divulgação

Um acontecimento como a trienal só pode exigir de nós, exteriores ao evento, que reflictamos sobre a importância da divulgação da arquitectura e os modos de a concretizar.
As conferências, de um modo geral, articulam-se de especialistas para especialistas. Arquitectos ou aprendizes da arquitectura procuram, na relação privilegiada com projectistas e/ou teóricos, caminhos mais óbvios para as leituras complexas que a arquitectura deverá implicar.
As sessões de visitas guiadas a obras de arquitectura, as chamadas “obra aberta”, que se têm generalizado felizmente no nosso país, continuam a ser também acontecimentos especialmente dedicados aos que à área pertencem. De qualquer modo, e aproveitando a presença da obra em destaque, visível, vivível e palpável, ou seja, ao alcance do corpo, o diálogo encontra-se favorecido e o grau de abstracção normalmente desce. O público não habituado ao palavreado técnico da arquitectura pode, desta maneira, chegar mais perto do que se procura decifrar.
As exposições continuam, pelo menos no nosso país, a funcionar quase sempre em circuito fechado. Com o potencial maior para ser um acontecimento dividido e procurado pela população em geral – disponível durante um longo período, num determinado sítio habitualmente já com público fidelizado – têm sido pouco trabalhadas para se fazerem compreender por quem não se sabe relacionar com uma planta, um alçado e um corte, ou para quem 2 fotos, um pequeno texto e uma abstracta implantação dizem pouco sobre a compreensão de um edifício. As respostas não estão disponíveis ao virar da esquina e, muito possivelmente, são realmente mais do que uma. De qualquer modo, é inevitável que se parta para a montagem de uma exposição de arquitectura pensado no diálogo que se espera estabelecer com quem pouco ou nada sabe e deveria conseguir, mesmo assim, absorver algo do espectáculo a que assiste.

Não é ocasional a existência, desde 1979, de uma estrutura internacional como o ICAM (International Confederation of Architectural Museums). Como esclarecem, no seu sítio, a instituição dedica-se a fostering links between all those interested in promoting the better understanding of architecture. A tarefa é complexa e as posições, tanto histórica, como geograficamente, são diversas. Mas existe muita gente, em instituições e não só, que perdem tempo a pensar seriamente sobre isto: como conseguir que a arquitectura seja melhor compreendida por parte do público, especialmente o tal não especializado. Ou afinal: como construir de cada cidadão um especialista em arquitectura. Veremos que adendas a esta reflexão pudemos retirar, nesta experiência da trienal, à medida que as exposições forem sendo inauguradas e connosco divididas.

A Câmara Municipal de Cascais, responsável pelo pólo V da trienal, sob a designação de Cascais XXI oferece-nos um programa muito completo. Ainda não pudemos mergulhar nele e ver, por exemplo, como está organizada a exposição mas é de sublinhar, para já, como positivo esta vontade de juntar conferências, visitas “obra aberta” e exposição. Com o extra de que todas as actividades são gratuitas, grátis, à borliu, enfim, o que se queira chamar. Mas são mesmo assim!

terça-feira, maio 29, 2007

[t*] transmissão da conferência internacional

Fica a informação para os interessados [via blog da trienal]:
A Conferência Internacional O Coração da Cidade, que inaugura a Trienal de Arquitectura de Lisboa no próximo dia 31, no Teatro Camões, vai ser transmitida por video-conferência no Auditório da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (FA-UTL), Campus Universitário do Alto da Ajuda.
Tendo em conta a enorme procura de bilhetes registada, e o facto de a Conferência ter esgotado os 700 lugares disponíveis a dez dias do seu início, a Trienal de Arquitectura em conjunto com a FA-UTL organizou um visionamento para todos os interessados em acompanhar as sessões previstas para os três dias da Conferência.
Bilhetes à venda no local [Arquitectos: 75 euros; Estudantes de arquitectura e estagiários: 50 euros; Alunos da FAUTL: grátis]

segunda-feira, maio 28, 2007

"a propósito do Convento da Arrábida"

Exposições + Conferências


15 de Junho a 6 de Julho de 2007
Universidade Moderna de Setúbal











Organização ACEAUPE, com o apoio da Fundação Oriente

+ info aqui

[t*] primeiros dados da conferência internacional

Segundo informação da organização, a Conferência Internacional contava com 700 lugares disponíveis para inscrição. Destes, já totalmente esgotados, 80% são estudantes, ou seja, estarão presentes cerca de 570 estudantes (de arquitectura?). Imagino que pertençam a diversos graus de ensino (licenciatura, mestrado e doutoramento) o que torna mais dura a percepção da percentagem de estudantes de arquitectura nacionais presentes... (sim, estou a imaginar que não há estrangeiros, o que também poderá não ser verdade). Faltam dados para se tirarem conclusões... fica só o pequeno apontamento informativo.

sábado, maio 26, 2007

micro-adaptação da estrutura

Parece-me já óbvio que esta casa vai andar ocupada a pensar arquitectura durante os próximos meses. Assim, coloquei na coluna da direita uma entrada com as entradas que ao assunto arquitectura/trienal dizem respeito. Pode ser que ajude alguém a encontrar alguma coisa... ou não.

[t*] apontamentos 2

A relação com o lado da produção internacional da arquitectura não implica, em automático, a contaminação madura que faz crescer toda a qualidade da construção do território nacional. Em alguns casos até pode mesmo ser o inverso. A falta de estrutura para receber informação supostamente actualizada pode criar uma contaminação superficial e a nível da imagética que fica longe da construção sólida de uma personalidade arquitectónica.
(Infelizmente o senhor Neil Leach não vai estar presente na trienal – como chegou a estar previsto – para nos falar neste mundo das imagens. Pode sempre ler-se o A Anestética da Arquitectura [1999] já traduzido para português e publicado pela Antígona em 2005.)
Olhando para a história da arquitectura portuguesa no século XX, principalmente para a metade primeira, assistimos a um bom exemplo desta incapacidade de tratamento, em profundidade, do que de fora se vai podendo ver ou saber que existe. A capacidade com que um mesmo arquitecto fazia ao moderno ou outro estilo qualquer, consoante programa da encomenda e encomendador, era, não só papável, como assumido por alguns. Este ecletismo tardio terminou? Ou será que sofreu um abrandamento com as décadas de 1950 e 1960 e voltou a estar presente desde essa altura?
A falta de linhas de força reflexivas, teóricas e históricas, a superficialidade com que tantas vezes o lado da arquitectura como conhecimento foi encarado, alimentam em enumeras situações uma considerável superficialidade da arquitectura portuguesa. Nesse sentido, perfeitamente coerente com muito do que se passa no resto do mundo que tem poder económico para construir Arquitectura.
A resposta mais madura chegará quando se consiga estar olhos nos olhos com qualquer tipo de produção arquitectónica, mediática ou não, e se souber dela ler as linhas de força que lhe dão especificidade. Os brilhos, só por si, são mais anestesiantes do que matéria prima do trabalho que é necessário fazer à volta e de dentro da arquitectura. Talvez o bom senso não seja uma atitude a secundarizar.

quarta-feira, maio 23, 2007

[t*] adenda (dados)

Sem surpresas, confirma-se o que dizia na posta anterior. Segundo o DN o valor do investimento na trienal é de 2,3 milhões de euros.

terça-feira, maio 22, 2007

[t*] apontamentos

Quer nos identifiquemos quer não, uma coisa é certa: o acontecimento arquitectónico do ano está a uma semana de começar. Com um investimento a que não estamos habituados no meio da arquitectura nacional vamos assistir a 2 meses de compulsivo acontecer da arquitectura. Por isto, justifico o olhar tanto atento quanto crítico que já disse pensar ser importante dispensarmos à trienal. Os pontos de abordagem são muitos. Alguns interessam-me especialmente neste contexto. O tema arquitectura como valor social e/ou valor de marketing é um deles. Não me alongarei. Acho mais acertado aproveitar o fôlego de toda a actividade que realize por enquanto, para fixar algumas ideias mais arrumadas no pós-evento. Fica o apontamento... Hoje era noticiado em conferência de imprensa que as inscrições para a estrela da trienal, a conferência internacional, estavam esgotadas. O valor do acesso à dita conferência era efectivamente elevado. Não travou, de qualquer modo, a corrida aos 800 lugares disponíveis. O que move quem se mexeu a tempo de conseguir lugar? Sede de conhecimento? Vontade de se sintonizar com o mundo civilizado? Lutar contra a reafirmada pasmaceira arquitectónica nacional? Entrincheirar-se na elite arquitectónica nacional? Sentir-se pertença de uma locomotiva salvadora? Faltava aqui uma avaliação sociológica para ver o que nos move a nós, trabalhadores precários e mal pagos da arquitectura, no sentido do brilho prometido por uma ida a uma simulação do centro do mundo... [alguém sabe se as ciências sociais foram convidadas?]
Num outro lado da moeda, aos microfones da TSF, Francisco Silva Dias falava da arquitectura pequenina. Falava de uma qualquer memória, de um qualquer edifício lisboeta, de uma movimentação qualquer que se fazia para resgatar qualquer coisa de um eventual qualquer esquecimento... [alguém sabe se as estrelas arquitectónicas pensam na arquitectura pequenina?]
Qual é a distância entre as muitas arquitecturas da arquitectura? A que devemos nós chamar arquitectura afinal? Caberá assim tanta coisa num mesmo nome?

segunda-feira, maio 21, 2007

novas experiências

Depois de algumas voltas está marcada a minha primeira experiência radiofónica. Estarei a acompanhar a Trienal de Arquitectura de Lisboa para a Rádio Europa Lisboa [90.4 FM]. Seria difícil começar a dar-me com a rádio numa estação mais interessante e com uma escala mais acolhedora. A vertente de divulgação da arquitectura, prisma através do qual olho para esta minha experiência, agrada-me desde há muito. As aulas que dou também as enquadro neste lado de comunicar arquitectura e ajudar os outros a comunicarem com ela. O facto de iniciar esta experiência através de um evento de dimensão única por terras de cá e que, por isso, merece um olhar atento e crítico, só aumenta a fasquia e o interesse. A ver vamos...

hoje sinto-me assim 2

Mas numa versão mulheres à beira de um ataque de nervos! Tipo barata tonta a tentar chegar a todo lado! Queres animação: toma! Sai-te uma vida na rifa, aguenta! :-)

















[Grito (Skrik, 1893) de Edvard Munch, daqui]

quarta-feira, maio 16, 2007

afinal vou mesmo à bruxa

TODOS cá em casa com febre. Eu, numa tentativa alucinada de optimismo, achava que agora é que era, com o calor viria algum sossego nas constipações e outras que mais. Mas não, a ideia de que 2007 era um ano normal insiste em fugir-me das mãos. A mais pequena termina a semana da amigdalite da época e os progenitores, catrampum!, febre alta e prostração imensa. Tirem-me deste filme porque eu, ao contrário do que se diz por aí, não gosto de emoções fortes.

sábado, maio 12, 2007

alegrias da (nossa) democracia

A ser verdade o que nos diz o DN de hoje, por um lado, Carmona Rodrigues brinca ao gato e ao rato adiando o inevitável e, por outro, Alberto João Jardim usa paralelismos com as regras democráticas do continente porque lhe dá muito jeito (mas é só desta vez!).
País disparatado este, governado por adultos a brincar.









[imagem daqui]

sexta-feira, maio 11, 2007

de repente (ou nem por isso)

Hoje passará a ser o dia da Alice. Conheci-a e gostei. A e. vai gostar de ter a a. no outro lado do patamar. Adivinham-se grandes amizades. Que bom.
Se calhar já não vou à bruxa...























[imagem daqui]

está decidido

Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa! Vou à bruxa!
Vou, sim...

segunda-feira, maio 07, 2007

sábado, maio 05, 2007

estamos quites

Os ingleses, segundo uma notícia do DN, afirmam-se pouco confiantes na polícia portuguesa. Tudo por causa do triste caso Madeleine. Eu, olhando para toda esta história, e caindo no facilitismo de idêntica generalização, afirmo-me nada confiante nos pais ingleses.

(notas paralelas: se fosse uma criança portuguesa ou de um país menos importante os meios seriam os mesmos? será que estes pais podem - devem? - ser acusados de negligência?)

quinta-feira, maio 03, 2007

da trituradora 3

Quem disse que a vida é pacífica e não nos reserva partidas, provocações e curvas apertadas é porque vive num buraco. A crise de que falava aqui insiste em não me abandonar. O horóscopo talvez tenha falhado. De repente surge um convite do tipo “and now something completely different” do que tem sido a minha vida e estremeci. Andei meio abananada a pensar na opção e decidi não mudar de agulha, para já. A cabeça continuou às voltas e de repente surgiu uma ideia – ainda quase secreta! – de juntar a fonte do convite com um acontecimento chic-arquitectónico que se aproxima. A ver vamos que sairá daqui.
Nada desta possibilidade última alimenta o estômago mas também ando com o espírito tão esfomeadinho que não resisto em atirar-me em queda, a ver se pega!























[imagem daqui]

quarta-feira, maio 02, 2007

"visit 2,530"

A visita número 2.530 (e também número 2.627) desta casa foi muito especial.
Alô, terra chama Marrocos! Alô, alô! Terra escuto... ;-)